quarta-feira, 28 de outubro de 2015

STAN HARPER - UMA REFERÊNCIA NA GAITA CROMÁTICA





Stan Harper iniciou sua carreira profissional em gaita no ano de 1935 aos 14 anos. Ainda ativo, ele tocou e gravou nacionalmente em rádio, televisão, teatros e cinema.
Ao longo dos anos, ele já tocou com outros músicos de renome, incluindo Eddie Shu (Schulman), Carl Reiner, Howard Morris, Hal David, Werner Klemperer, Sam Wanamaker, e Leon Kirchner.
Até a morte de Charley Leighton, Harper era um membro regular de uma Jam Session de gaita realizada a cada terça feira às 03:00 no apartamento de Charley Leighton, em Nova York. Além de Leighton, Harper regularmente se encontrava com Charles Spranklin, William Galison, Randy Weinstein, Stanley Silverstone, Gregoire Maret, Phil Caltabelotta e Rob Paparozzi.
Para ouvir e ver um pouco deste grande gaitista acessem ao link abaixo:
Fonte: http://www.heringharmonicas.com.br/artista/stan-harper/

MÚSICA E SINCRONIA MENTAL



Estudo indica que músicos em dueto entram em sincronia cerebral


Fenômeno ocorre mesmo quando os dois não tocam as mesmas notas. Pesquisadores acreditam que isso ocorra em outras interações sociais.


Estudo publicado nesta quinta-feira (29) mostra que a harmonia de um dueto vai além da questão musical. Quando duas pessoas executam uma canção juntos, seus cérebros entram em sincronia, de acordo com pesquisadores do Intituto Max Planck de Desenvolvimento Humano, em Berlim, na Alemanha.
Cientistas do mesmo grupo já tinham mostrado, em 2009, que quando dois músicos tocam ou cantam as mesmas notas ao mesmo tempo, eles apresentam atividades cerebrais sincrônicas. O novo trabalho, liderado por Johanna Sänger, foi além e mostrou que essa sincronia acontece mesmo se os dois não estiverem tocando as mesmas notas.
No estudo, os músicos executavam partes diferentes da mesma canção. Cada um tinha uma parte pré-determinada e tinha que prestar atenção ao que o outro estava tocando para saber quando começar. Enquanto tocavam – a experiência foi feita com 32 violonistas experientes –, os músicos tiveram a atividade cerebral monitorada por eletrodos.Seus cérebros apresentaram as mesmas oscilações, independentemente de quem estivesse tocando no momento.
As áreas do cérebro mais ativadas foram aquelas ligadas às relações sociais e à produção musical.
Para os pesquisadores, é provável que fenômenos semelhantes ocorram também em outras situações, como em esportes coletivos ou mesmo em uma conversa corriqueira. A pesquisa foi publicada pela revista científica “Frontiers of Neuroscience”.

Leitura do sinal neural dos músicos no estudo (Foto: Max Plank Institute, Sänger et al./Divulgação)
Leitura do sinal neural dos músicos no estudo
(Foto: Max Plank Institute, Sänger et al./Divulgação)

FONTE: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/11/estudo-indica-que-musicos-em-dueto-entram-em-sincronia-cerebral.html

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

BOSSA NOVA



Inicialmente este termo referia-se a um jeito de cantar e tocar, até tornar-se sinônimo de um dos gêneros musicais brasileiros mais conhecidos em todo o mundo. No final do ano de 1957, um show realizado por Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Sylvia Telles, Roberto Menescal e Luiz Eça no Clube Hebraica (RJ) já era anunciado como "... grupo bossa nova apresentando sambas modernos". Considerada uma nova forma de tocar samba, a bossa nova foi criticada pela forte influência norte-americana, traduzida nos acordes dissonantes comuns ao jazz. A letra das canções contrastava com as das canções de sucesso até então, abordando temas leves e descompromissados, definidos através da expressão "o amor, o sorriso e a flor", que faz parte da letra de "Meditação", de Tom Jobim e Newton Mendonça, e que foi utilizada para caracterizar a poesia bossa-novista. Outra característica foi a forma de cantar, também contrastante com a que se tinha na época: "desenvolver-se-ia a prática do 'canto-falado' ou do 'cantar baixinho', do texto bem pronunciado, do tom coloquial da narrativa musical, do acompanhamento e canto integrando-se mutuamente, em lugar da valorização da 'grande voz'" (MEDAGLIA, Júlio. in CAMPOS, Augusto de. "Balanço da bossa e outras bossas". São Paulo: Perspectiva, 1993, p. 72). A bossa nova nasceu casualmente, fruto de encontros da classe média carioca em apartamentos ou casas residenciais da zona sul, onde as pessoas se reuniam para fazer e ouvir música, e que se tornaram muito freqüentes a partir de 1957. O apartamento da família Leão, situado na Avenida Atlântica, em Copacabana, sediou muitos desses encontros. Na época, Nara, que se tornou a musa da bossa nova, então com pouco mais que 15 anos de idade, costumava receber Carlos Lyra e Roberto Menescal, entre outros amigos. O grupo foi aumentando, passando também a ser integrado por Ronaldo Bôscoli, Chico Feitosa, Luiz Carlos Vinhas, os irmão Mário, Oscar, Iko e Léo Castro Neves e João Gilberto, entre outros. João Gilberto tornou-se a grande referência da bossa nova por ter "inventado" a batida do violão. A nova batida podia ser ouvida nas faixas "Chega de saudade" (Tom Jobim e Vinícius de Morais) e "Outra vez" (Tom Jobim), no LP de Elizeth Cardoso "Canção do amor demais", lançado em 1958, no qual João Gilberto gravou o acompanhamento de violão que caracterizaria a batida da bossa nova e que o tornaria conhecido no mundo inteiro. O LP, gravado pelo selo Festa, foi inteiramente dedicado à nova dupla de compositores Tom e Vinícius, mas na verdade a estrela do disco era Vinícius, visto que o interesse era o de gravar suas poesias. Segundo Ruy Castro (CASTRO, Ruy. "Chega de saudade". São Paulo: Companhia das Letras, 1990) este disco "ao contrário do que se pensa hoje, não foi um sucesso quando saiu em maio de 1958" (p.175). No mesmo ano, João Gilberto gravou um 78 rpm contendo "Chega de saudade" e sua composição "Bim-Bom" e, no ano seguinte, lançou o LP "Chega de saudade". Essa música conta com cerca de 100 regravações, realizadas por artistas nacionais e estrangeiros. Segundo Tom Jobim: "A bossa nova de 'Chega de saudade' está quase toda na harmonia, nos acordes alterados, pouco utilizados por nossos músicos da época, e na nova batida de violão executada por João Gilberto" (SEVERIANO, Jairo, HOMEM DE MELLO, Zuza. "A canção no tempo" vol. 2. São Paulo: 34, 1998, pp. 20-22). João Gilberto foi e ainda é referência para músicos de diversas gerações, incluindo Caetano Veloso, que assegura ter-se decidido a seguir carreira musical após ouvi-lo pela primeira vez. Por essa época, Tom Jobim já era músico conhecido na noite carioca. Sua obra contém músicas que fazem parte do repertório clássico da bossa nova, como "Desafinado" e "Samba de uma nota só", compostas em parceria com Newton Mendonça, e que seriam os dois primeiros temas da bossa nova a entrarem e serem gravados no mercado norte-americano a partir de 1960. Ao lado de Vinicius de Moraes compôs, além de "Chega de saudade", outra das mais representativas deste gênero, "Garota de Ipanema", que se tornou a canção brasileira mais conhecida em todo o mundo, depois de "Aquarela do Brasil" (Ary Barroso), com mais de 169 gravações, incluindo a primeira, realizada em 1963 por Tom Jobim (Verve), a de Sarah Vaughan em 1964 (Mercury), a de Stan Getz em 1966 (RCA Victor), a de Frank Sinatra e Tom Jobim em 1967 (Reprise), e a de Ella Fitzgerald em 1971 (Pablo), entre as de outros artistas nacionais e estrangeiros. Em 1962, foi realizado o histórico concerto no Carnegie Hall de Nova York, com a presença de Tom Jobim e João Gilberto, entre outros, inclusive o violonista Bola Sete, a cantora Carmen Costa, o percussionista José Paulo e o pianista argentino Lalo Schifrin, que pouco tinham a ver com a bossa nova. Por outro lado, apresentaram-se também Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, Sexteto Sérgio Mendes, Roberto Menescal, Chico Feitosa, Normando Santos, Milton Banana e Sérgio Ricardo. O espetáculo abriu as portas do mundo para este gênero. No cartaz, o evento intitulava-se "Bossa Nova - New Brazilian Jazz". O show foi transmitido ao vivo para o Brasil pela Rádio Bandeirantes. Ressaltam-se como precurssores da bossa nova, entre outros, Garoto, Bola Sete, Laurindo de Almeida, Luís Bonfá, João Donato, Janet de Almeida, Djalma Ferreira, Johnny Alf, Dolores Duran, Dick Farney, Lúcio Alves, Agostinho dos Santos, Dóris Monteiro, Elizeth Cardoso, Maysa, Silvinha Telles e Tito Madi. Numa primeira fase (1958-1962) destacam-se, além de Tom e Vinícius, compositores como Newton Mendonça, Aloysio de Oliveira, Billy Blanco, Carlos Lyra, Baden Powell, Oscar Castro Neves, Roberto Mesnescal, Ronaldo Bôscoli, Durval Ferreira, Maurício Einhorn, Geraldo Vandré, Sérgio Ricardo, Sérgio Mendes, Luiz Eça e Chico Feitosa. Os conjuntos vocais foram muito freqüentes nessa época, ressaltando-se Os Cariocas, que inicialmente era formado por Ismael Neto, Severino Filho, Badeco, Waldir Viviani e Quartera, e posteriormente como quarteto, sem Ismael Neto, que morreu logo no início da bossa nova, e em seguida com a substituição de Waldir Viviani por Luiz Roberto. Numa segunda fase (1962-1966), destacam-se aqueles que podem ser considerados os filhos da bossa nova, como os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, Edu Lobo e Ruy Guerra, Pingarilho e Marcos Vasconcelos, Dori Caymmi e Nélson Motta, Francis Hime e Lula Freire, Wanda Sá, Wilson Simonal, Orlandivo e Sílvio César. Mais tarde, diversos compositores utilizaram e vêm utilizando o gênero em suas composições, como Chico Buarque, Toquinho, Caetano Veloso, Gilberto Gil, e mais recentemente Cazuza, só para citar alguns. Dentre os instrumentistas mais atuantes na época estão os integrantes dos grupos João Donato Trio (João Donato, Tião Neto e Milton Banana), Bossa Três (Luís Carlos Vinhas, Tião Neto e Edson Machado), Tamba Trio (Luizinho Eça, Bebeto Castilho e Hélcio Milito), Bossa Rio (Sérgio Mendes, Tião Neto, Edson Machado, Raulzinho, Edson Maciel e Hector Costita), Copa 5 (Meirelles, Tenório Júnior, Pedro Paulo, Manoel Gusmão e Dom Um Romão), Roberto Menescal Sexteto (Roberto Menescal, Eumir Deodato, Ugo Marotta, Henry, Sérgio Barroso e João Palma), Sambalanço Trio (César Camargo Mariano, Humberto Kléber e Airto Moreira), Sambrasa (Hermeto Pascoal, Humberto Claiber e Airto Moreira), Manfredo Fest (Manfredo, Mathias e Heitor), Milton Banana Trio (Milton Banana, Wanderley e Guará), Rio 65 (Salvador, Sérgio Barroso e Edson Machado), Salvador Trio (Salvador, Edson Lobo e Victor Manga), 3D (Antônio Adolfo, Carlos Monjardim e Nelsinho), Eumir Deodato e Os Catedráticos, além do grupo dos irmãos Castro Neves. O Bossa Três, numa segunda fase, contou com a participação de Ronnie Mesquita e Otávio Bailey, assim como no Tamba Trio entraram os músico Dório e Ohana. Outros instrumentistas foram de igual importância, como Vitor Assis Brasil, Jorginho da Flauta, Paulo Moura, Franklin da Flauta, Formiga, Norato, Aurino e Juarez Araújo. Uma das figuras mais significativas da bossa nova foi o saxofonista, compositor, arranjador e professor de boa parte dos instrumentistas e compositores desta época, Moacir Santos, que foi o arranjador do célebre disco "Sérgio Mendes e Bossa Rio", e depois "Vinícius por Elizeth". Na atualidade, realizam-se inúmeros eventos dedicados à bossa nova, especialmente no Brasil e no Japão. Entre 2000 e 2001, foram realizados vários shows intitulados "40 anos de bossa nova", com Roberto Menescal e Wanda Sá, apresentado no Centro de Convivência Cultural de Campinas, São Paulo, entre outros lugares, além inúmeros palcos cariocas.

Em 2009 foi aprovado pelo Senado brasileiro o dia 27 de Janeiro (data em que nasceu Tom Jobim, em 1927) como "Dia Nacional da Bossa Nova".

Fonte: http://www.dicionariompb.com.br/bossa-nova/dados-artisticos

ROCK BRASIL ANOS 80






Atribui-se a esta década a popularização do rock brasileiro, movimento que surgiu para aproveitar a onda do estilo musical (rock) que já havia se consagrado mundialmente nos anos 70. Muitas bandas deste estilo, como os Titãs e Os Paralamas do Sucesso permanecem ativas até hoje, fazendo apresentações por todo o Brasil. Outras bandas e artistas da época, como Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana e Renato Russo, foram imortalizados e tocam nas rádios até hoje, devido ao grande sucesso entre o público, principalmente adolescentes.
Nos anos 80, ocorreu a verdadeira "explosão" do rotulado "BRock". Isso se deve em parte à criação de casas de show, como Noites Cariocas e Circo Voador (Rio) e Aeroanta (São Paulo). As primeiras bandas a fazerem sucesso foram os irônicos Blitz ("Você não soube me amar") Sangue da Cidade ("brilhar a minha Estrela ") e Eduardo Dusek ("Rock da Cachorra", junto com João Penca e Seus Miquinhos Amestrados), no batizado "Verão do Rock", em 1982.
As bandas mais cultuadas dos anos 80 formam um "quarteto sagrado". São elas: Os Paralamas do Sucesso, originários do Rio de Janeiro, haviam se conhecido antes em Brasília e começaram a tocar na garagem de um dos integrantes; Titãs, paulistas (mais tarde "suavizados"). Inicialmente, juntavam as estéticas da new wave e do reggae com a da MPB, e, de 1982 à 1984, a banda era formada por nove integrantes - além dos músicos que continuam no grupo, fizeram parte do conjunto: Ciro Pessoa (vocais), Arnaldo Antunes (vocais), Marcelo Fromer (guitarra) e Nando Reis(baixo/vocais), logo se tornando um octeto, numa formação que duraria até 1992, com a saída de Arnaldo. O baterista do grupo Ira!, André Jung, tocou seu instrumento no primeiro trabalho titânico, depois cedendo seu posto a Charles Gavin; Os cariocas Barão Vermelho, surgidos em 82 e liderados por Cazuza. Com a saída dele (que teve carreira-solo bem sucedida), o guitarrista Frejat assumiu os vocais; e a mais influente Legião Urbana, liderada por Renato Russo, surgida em 82, emplacando alguns sucessos como "Faroeste Caboclo", "Será" e "Eduardo e Monica" que chegaram ao topo das rádios. A banda acabou com a morte de Renato Russo, em 1996. Os outros legionários que compunham a banda eram: Marcelo Bonfá (bateria) e Dado Villa-Lobos (Guitarra). Renato Rocha foi baixista da banda até 1988.
E teve outras também de grandes sucessos na época, como as bandas Sempre Livre, Gang 90 e as Absurdettes, Biquini Cavadão, Hanói Hanói, Hojerizah, Lobão e os Ronaldos, Metrô, Magazine, Grafitti, Ed Motta & Conexão Japeri, além de cantores (as) como Marina Lima, Léo Jaime, Ritchie, Kid Vinil, Fausto Fawcett, entre outros.
Vários locais do Brasil tinham suas bandas surgindo no Rio de Janeiro, surgiram os alegres Kid Abelha e Léo Jaime; Uns e Outros e o fim da banda Vímana revelou Lulu Santos, Lobão (também ex-Blitz) e Ritchie; em São Paulo, o Festival Punk de 81 revelou Inocentes, Cólera e Ratos de Porão. Além dessa cena, surgiram as principais bandas paulistas, como Ultraje a Rigor (no qual Edgard Scandurra tocou antes do Ira!), Ira!, Titãs, RPM, Zero, Metrô, e Kid Vinil (então vocalista da banda Magazine). Sem se esquecer da cena independente muito bem representados pelo Fellini, Smack, Voluntários da Pátria, Akira S e As Garotas Que Erraram, e Mercenárias; em Brasília, o Aborto Elétrico (em que Renato Russo tocara) virou oCapital Inicial (que acabou se fixando em São Paulo), e a Plebe Rude teve o sucesso "Até Quando Esperar" e "Proteção"; e no Rio Grande do Sul, os "cabeças" Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós chegaram ao sucesso nacional. Também estouraram bandas gauchas de rock como TNT, Taranatiriça, Cascavelletes, Os Replicantes, Os Eles, Bandaliera,Garotos da Rua, DeFalla. Na Bahia, chegou ao sucesso o Camisa de Vênus.
No heavy metal, originou-se em Minas Gerais a banda brasileira de maior sucesso internacional, o Sepultura, que toca o gênero extremo thrash metal, com letras em inglês. Outra banda a conseguir algum destaque no exterior (Japão) foi a paulista Viper, que também escrevia letras em inglês, e que ajudou a desenvolver um estilo que viria a ser chamado demetal melódico no Brasil. O Viper foi também responsável por revelar o vocalista Andre Matos, que participaria de duas grandes bandas brasileiras: Angra e Shaman.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rock_no_Brasil

TROPICÁLIA





O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968. Seus participantes formaram um grande coletivo, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações da cantora Gal Costa e do cantor-compositor Tom Zé, da banda Mutantes, e do maestro Rogério Duprat. A cantora Nara Leão e os letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto completaram o grupo, que teve também o artista gráfico, compositor e poeta Rogério Duarte como um de seus principais mentores intelectuais.
Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro. A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da “qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados à esquerda. Contra essas tendências, o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra.
Ao mesmo tempo, sintonizaram a eletricidade com as informações da vanguarda erudita por meio dos inovadores arranjos de maestros como Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Damiano Cozzela. Ao unir o popular, o pop e o experimentalismo estético, as idéias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional.
Seguindo a melhor das tradições dos grandes compositores da Bossa Nova e incorporando novas informações e referências de seu tempo, o Tropicalismo renovou radicalmente a letra de música. Letristas e poetas, Torquato Neto e Capinan compuseram com Gilberto Gil e Caetano Veloso trabalhos cuja complexidade e qualidade foram marcantes para diferentes gerações. Os diálogos com obras literárias como as de Oswald de Andrade ou dos poetas concretistas elevaram algumas composições tropicalistas ao status de poesia. Suas canções compunham um quadro crítico e complexo do País – uma conjunção do Brasil arcaico e suas tradições, do Brasil moderno e sua cultura de massa e até de um Brasil futurista, com astronautas e discos voadores. Elas sofisticaram o repertório de nossa música popular, instaurando em discos comerciais procedimentos e questões até então associados apenas ao campo das vanguardas conceituais.
Sincrético e inovador, aberto e incorporador, o Tropicalismo misturou rock mais bossa nova, mais samba, mais rumba, mais bolero, mais baião. Sua atuação quebrou as rígidas barreiras que permaneciam no País. Pop x folclore. Alta cultura x cultura de massas. Tradição x vanguarda. Essa ruptura estratégica aprofundou o contato com formas populares ao mesmo tempo em que assumiu atitudes experimentais para a época.
Discos antológicos foram produzidos, como a obra coletiva Tropicália ou Panis et Circensis e os primeiros discos de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Enquanto Caetano entra em estúdio ao lado dos maestros Júlio Medaglia e Damiano Cozzela, Gil grava seu disco com os arranjos de Rogério Duprat e da banda os Mutantes. Nesses discos, se registrariam vários clássicos, como as canções-manifesto “Tropicália” (Caetano) e “Geléia Geral” (Gil e Torquato). A televisão foi outro meio fundamental de atuação do grupo – principalmente os festivais de música popular da época. A eclosão do movimento deu-se com as ruidosas apresentações, em arranjos eletrificados, da marcha “Alegria, alegria”, de Caetano, e da cantiga de capoeira “Domingo no parque”, de Gilberto Gil, no III Festival de MPB da TV Record, em 1967.

Irreverente, a Tropicália transformou os critérios de gosto vigentes, não só quanto à música e à política, mas também à moral e ao comportamento, ao corpo, ao sexo e ao vestuário. A contracultura hippie foi assimilada, com a adoção da moda dos cabelos longos encaracolados e das roupas escandalosamente coloridas. O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos. 

Fonte: http://tropicalia.com.br/identifisignificados/movimento

MANGUEBEAT






O Movimento Manguebeat desenvolveu-se em Recife, capital do estado de Pernambuco, a partir de 1991, e consistiu em uma “cena cultural”, especialmente de corte musical, que misturava elementos da cultura regional de Pernambuco, como o maracatu rural, com a cultura pop, sobretudo o rock'n roll e o hip-hop. O Manguebeat também desenvolveu uma forma própria de exprimir visualmente essa mistura. O uso do chapéu de palha, típico da cultura pernambucana, aliado a acessórios da cultura pop, como óculos escuros, camisas estampadas, tênis e colares coloridos produziu um efeito visual acentuado em seus integrantes.
Os principais idealizadores da cena manguebeat foram Chico Science, Fred Zero Quatro, Renato L, Mabuse e Héder Aragão. Somaram-se a eles Jorge du Peixe, Pupilo, Lúcio Maia, Toca Ogan, Gilmar Bola 8, Gustavo da Lua, Otto, entre outros. O termo “manguebeat” é fruto de uma junção da palavra mangue, que designa um ecossistema típico da costa do Nordeste brasileiro e da cidade de Recife, com a palavra beat, do inglês, que significa batida – mas que também remete à linguagem dos códigos binários utilizados na informática: beat, bits. O caranguejo,forma de vida típica do mangue (ou da lama dos manguezais), que é capturado e vendido por trabalhadores da região, tornou-se o símbolo do Manguebeat. Inclusive, o principal manifesto desse movimento cultural, escrito por Fred Zero Quatro, tem o título de “Caranguejos com cérebro”.
A denominação manguebeat pretendia tornar clara a proposta desse manifesto. Nele, Zero Quatro afirma que as “artérias” da cultura do Recife estavam “bloqueadas”, que Recife “estava morrendo” econômica e culturalmente e que, portanto, era necessário revitalizar a cultura da cidade, misturando o tradicional com o moderno. No trecho a seguir, fica clara a proposta do autor:
Hoje, Os mangueboys e manguegirls são indivíduos interessados em hip-hop, colapso da modernidade, Caos, ataques de predadores marítimos (principalmente tubarões), moda, Jackson do Pandeiro, Josué de Castro, rádio, sexo não-virtual, sabotagem, música de rua, conflitos étnicos, midiotia, Malcom Maclaren, Os Simpsons e todos os avanços da química aplicados no terreno da alteração e expansão da consciência.” (Trecho de “Caranguejos com cérebro”).
As principais influências regionais do manguebeat, como estão destacadas no trecho do manifesto acima, foram Jackson do Pandeiro e Josué de Castro, mas também Mestre Salustiano, Ariano Suassuna e Quinteto Armorial.
As principais bandas que lideraram esse movimento em Recife foram “Chico Science e Nação Zumbi”, liderada por Chico Science, e “Mundo Livre S/A”, liderada por Fred Zero Quatro. Esses dois líderes, sobretudo Chico Science (Francisco de Assis França) – que morreu prematuramente em 1997, aos 30 anos –, mostraram grande capacidade de articulação em meio às tradições culturais do Nordeste. Chico Science incorporou muitos elementos do maracatu rural em suas músicas, tanto em componentes melódicos quanto nas letras, além de, frequentemente, fazer apresentações vestido com a colorida fantasia de caboclo do maracatu.
Nos versos a seguir extraídos da música “Manguetown”, de Chico Science & Nação Zumbi, fica clara a insatisfação do grupo com a situação precária de Recife na década de 1990. A cidade é referida na letra da música como “manguetown” (cidade do mangue).
Estou enfiado na lama
É um bairro sujo
Onde os urubus têm casas
E eu não tenho asas
Mas estou aqui em minha casa
Onde os urubus têm asas
Vou pintando segurando as paredes do mangue do meu quintal
Manguetown
Andando por entre os becos
Andando em coletivos
Ninguém foge ao cheiro sujo
Da lama da Manguetown


O “cheiro sujo” do mangue, “onipresente” na cidade, foi a metáfora que o manguebeat encontrou para escancarar os problemas de Recife e do Nordeste. Na segunda metade da década de 1990, os representantes desse movimento já haviam conseguido expandir sua arte para o Brasil todo, bem como para outras regiões do mundo.
Fonte: http://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/o-que-foi-movimento-manguebeat.htm

sábado, 24 de outubro de 2015

ALEX ROSSI, GRANDE GAITISTA BRASILEIRO



Boa noite a todos.

Apresentamos a vocês um outro grande gaitista. O brasileiro Alex Rossi.



Alex Rossi nasceu em 1974, em Blumenau, Sul do Brasil. Ele conheceu a harmônica em sua infância quando passando pela única fábrica de harmônicas das três Américas no seu caminho da escola quando ele foi visitar sua avó. Muitas vezes ele visitou a fábrica para observar o nascimento de instrumentos ... mas ninguém parecia ser capaz de ajudá-lo a tocar a gaita. Assim, o jovem Alexandre teve que esperar até que ele tivesse 13 anos para colocar os lábios sobre o metal frio de sua primeira gaita.

A partir de bandas amadoras para festivais de Jazz (ele dividiu o palco, entre outros, com Hermeto Pascal), Alex aprofundou seu conhecimento de musicalidade. Na idade de 18, ele tocou em Buenos Aires, Argentina, e com a idade de 21, ele tocou em Dallas, Texas, EUA. Este foi o ponto de partida para Alex para se tornar um músico profissional consumado.

Para mais informações acessem: