terça-feira, 16 de setembro de 2014

EPISÓDIO 4 - SÉRIE GAITISTAS BRASILEIROS - A HARMÔNICA ERUDITA

José Staneck

José Luiz Barroso Staneck 24/1/1962 São Paulo, SP 
José Staneck 
Instrumentista (gaitista).

Cursou a Escola Nacional de Música (RJ) e estudou cursos de Harmonia Funcional, com Isidoro Kutno, e Análise Estética, com o maestro e compositor H. J. Koellreutter.

Fez curso de aperfeiçoamento para a Harmônica com Maurício Einhorn.

Venceu o I Concurso da Sociedade Brasileira de Jazz, na categoria Instrumentista.  

Como solista, interpretou o "Concerto para Harmônica e Orquestra", de Heitor Villa-Lobos, ao lado das seguintes orquestras: Sinfônica da Paraíba, Sinfônica da Bahia, Sinfônica de Porto Alegre, Sinfônica Nacional e Sinfônica de Recife, sob a regência do maestro Carlos Veiga; Sinfônica Brasileira, na regência de Sílvio Barbato; e da Orquestra Pró-Música e Sinfônica de Curitiba, com o maestro Alceu Bocchino.

Em duo com o violonista Paulo Rogério Viana, realizou apresentações nacionais e levou a música brasileira a Portugal, Washington e Angola. Com esse duo gravou, em 1989, o primeiro disco dedicado à obra de Tom Jobim, pela gravadora 3M, selo Scoth.

Foi integrante do Jazz Brazzil, ao lado de João Alfredo (guitarra), Cyd Alvarez (teclados) e Adriano Giffoni (baixo). Com esse grupo venceu a I Copa People de Música Instrumental, cujo prêmio foi a gravação, em 1988, do LP "Jazz Brazzil ao vivo no People".

Em 1989, o grupo lançou o segundo disco, passando por várias casas noturnas e apresentando-se na edição de 1991 do Free Jazz Festival, realizado no Hotel Nacional (RJ).

Participou das gravações de discos de Eduardo Dusek (Eldorado/1991), na faixa "Contatos", Ronaldo Diamante (Independente/1997), na faixa "Sobressalto", Bia Bedran ("Acalantos", 1998), Marianna Leporace e Sheila Zagury ("São bonitas as canções", 2000), na faixa "A história de Lily Braun" (Edu Lobo e Chico Buarque).

Atuou também, junto à Orquestra Sinfônica Brasileira, na gravação da trilha sonora de "Villa-Lobos - Uma vida de paixão", filme de Zelito Viana.

Vem participando de diversos grupos, como o duo com a pianista Laís Figueiró, e o trio ao lado do Duo Santoro de Violoncelos, além do grupo Bambu, ao lado da harpista Cristina Braga, do baixista Ricardo Medeiros e da cantora Bárbara Lau, com o qual gravou os CDs "Bambu" (1989) e "Diga onde vai" (2000).

Em 1995, participou da gravação do CD em comemoração aos 80 anos do compositor H. J. Koellreuther, na peça "Dharma".




"Outra boa surpresa do ano Villa-Lobos foi o Concerto para gaita que José Staneck interpretou magistralmente com a Sinfônica Brasileira: podia ser o nosso Concerto de Aranjuez."   Luiz Paulo Horta - Jornal do Brasil, 1987 - Brasil

Versatilidade é o que mais se aplica ao gaitista José Staneck... É alguém que verdadeiramente conta em nosso meio artístico”. Carlos Dantas - Tribuna da Imprensa, 2004 - Brasil.
José Staneck, nosso festejado virtuose da harmônica de boca deu provas de domínio virtuosístico e de apreciável soma de nuances. Expressivo resultado artístico”. Carlos Dantas - Tribuna da Imprensa, 2007 - Brasil.

Au coeur d'une salle de 140 places, le David Oïstrakh de l'harmonica, José Staneck joué la Romance en fa majeur et le premier mouvement de la Sonate "Le Printemps" de Beethoven. Toutes les notes, les ornaments, les traits sont reproduits á merveille sur ce petit bout de métal. Oliver Bellamy - Le Mounde de la Musique, 2008 - França.

“...o duo Santoro apresenta-se com José Staneck, virtuose da gaita. Destaque do programa são Villa-Lobos e Gnattali”. Luiz Paulo Horta – Jornal O Globo, 2012 – Brasil.


Chamado de David Oïstrakh da harmônica pelo crítico francês Oliver Bellamy e comparado aos músicos Andrés Segovia e Mstislav Rostropovich por sua atuação no desenvolvimento e divulgação de seu instrumento pelo crítico Luiz Paulo Horta, José Staneck tem um estilo próprio onde elementos tanto da música de concerto quanto da música popular brasileira e do jazz se fundem a serviço de uma sonoridade e expressividade marcante.

Estudou harmonia funcional com Isidoro Kutno, análise estética com o maestro e compositor H. J. Koeullreutter e interpretação com Nailson Simões. Em 2007, obteve o título de Mestre em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO.

Já lhe foram dedicadas algumas obras por importantes compositores: “Dharma”, por H.J. Koellroetter; “Prelúdio para gaita e piano”, por Nivaldo Ornelas; “Concertino”, por Ricardo Szpilman; “Memória e fado” e “Sonhos do Recife” (versão para harmônica e orquestra de cordas), por Egberto Gismonti; Concertino para Harmônica e orquestra de cordas por Bheetholven Cunha e Poema XV por Marlos Nobre.

Para cinema, participou da trilha sonora do filme “Uma vida de paixão” do cineasta Zelito Viana, sobre a vida de Villa-Lobos, ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira; "Os desafinados" de Walter Lima Jr. (preparando e dublando o ator Rodrigo Santoro); e do curta metragem "Nós somos um poema", de Sergio Sbragia e Beth Formaggini, sobre o encontro entre Pixinguinha e Vinicius de Moraes.

Atua com diferentes formações camerísticas, e já foi solista de diversas orquestras sinfônicas nacionais e internacionais como: Sinfônica Brasileira, Petrobrás Sinfônica, Paraíba, Bahia, Porto Alegre, Nacional, Recife, Curitiba, Goiás, Belém e Espírito Santo, sob a regência de maestros como Carlos Veiga, Yeruham Scharovsky, Silvio Barbato, Alceu Bocchino, Roberto Duarte, Norton Morozowicz, Helder Trefzger, Antonio Del Claro, Yuli Turovsky, Carlos Prazeres, Maurizio Colassanti, Jean Reis e Alfredo Barros.

No final de 2004, gravou com a Orquestra Sinfônica Nacional de Lima - Peru, o “Concerto para harmônica e orquestra” de H. Villa-Lobos, num projeto produzido pela Embaixada Brasileira de Lima. Em 2007, interpreta pela primeira vez no Brasil a peça “Romance”, do compositor inglês Vaughan Williams originalmente escrita para harmônica, ao lado da orquestra I Musici de Montreal, sob a regência do maestro inglês Alastair Willis, sendo convidado em seguida para uma série de concertos em Montreal, Canadá, ao final de 2008, sob a regência do maestro russo Yuli Turovsky.

Em 2006, lançou seu primeiro cd solo, “A Poética de Uma Harmônica Brasileira” com composições de Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Guerra-Peixe e Nivaldo Ornelas, todas escritas originalmente para a harmônica, lançado pelo selo da Academia Brasileira de Música - ABM.

Como coordenador do “Projeto Guerra-Peixe”, patrocinado pela Petrobrás Cultural, lançou em 2009 o CD “Tributo a Guerra-Peixe” ao lado do violoncelista Antônio Del Claro e do pianista Flávio Augusto, que incluiu também a catalogação da obra do mestre, disponível agora no endereço www.guerrapeixe.com.

Ao final de 2009 se apresenta no Festival Villa-Lobos em Caracas – Venezuela, junto a Sinfonica Juvenil de Caracas regido pelo maestro Isaac Karabtchevsky. Orquestra esta que integra o “El Sistema”, sistema de ensino de música clássica desenvolvido pelo maestro José Antonio Abreu.

Ao lado de Sheila Zagury (piano) e Ricardo Santoro (violoncelo) integra o Harmonitango, grupo formado para se dedicar exclusivamente a obra de Astor Piazzolla. Com o pianista Flávio Augusto forma um duo que trabalham um repertório bastante variado dentro da música de concerto brasileira e internacional.

Como diretor durante 15 anos da Musiarte Curso Integrado de Música, desenvolveu importante trabalho na área do ensino, e atualmente viabiliza um trabalho social de inclusão cultural, atendendo a comunidades carentes e projetos sociais (Segundo Turno Cultural - Prefeitura do Rio de Janeiro), levando o ensino de música através da gaita para crianças em diversas locais do Brasil.

Após ter sido o primeiro a tocar a composição Canção e Dança para Harmônica e Orquestra de Cordas de Radamés Gnattali, realiza em 2012 sua primeira gravação sob a regência do maestro Norton Morozowicz.

Em 2013 participa da 1ª audição mundial e gravação do DVD Contraponto 3 contendo a composição de Aluísio Didier – Concertino Romântico para Gaita e Orquestra – Sobre Tema de Jobim. Peça essa iniciada por Tom Jobim há quase 60 anos atrás desenvolvida e finalizada pelo autor.


Discografia
  • (2000) Diga onde vai • CPC-Umes • CD
  • (1998) Bambu • CPC-Umes • CD
  • (1989) Duo Viana-Staneck • 3M/Scoth • LP
  • (1989) Jazz Brazzil • Retoque • LP
  • (1988) Jazz Brazzil • LP
Fontes: http://www.dicionariompb.com.br/jose-staneck/discografia e José Staneck

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