quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

ARTE E DIDÁTICA



Bom dia amigos.

Hoje vou colocar aqui um trecho do livro acima, que acredito irá ajudar bastante aos professores de Arte que assim como eu, encontram desafios diários para ensinar uma disciplina que ainda enfrenta barreiras como a falta de respeito e importância.

Como eu digo sempre: NÃO EXISTE VIDA SEM ARTE!

UMA CRÔNICA PARA SE PENSAR O ENSINO DE ARTES

- QUAL FOI, VOVÔ, O MELHOR OU A MELHOR PROFESSORA QUE JÁ TEVE?
- NÃO É FÁCIL RESPONDER ESSA QUESTÃO, QUERIDA. VOVÔ TEVE EXCELENTES PROFESSORES, ADMIRÁVEIS, E EM MEIO A TANTOS E TANTAS NÃO É FÁCIL ESCOLHER APENAS UM. AGORA, MEU BEM, SE VOCÊ DESEJAR SABER QUAL ENTRE TANTOS PROFESSORES MARAVILHOSOS O QUE MAIS ME MARCOU E MAIS INFLUENCIOU, NÃO TENHO DÚVIDAS, FOI POR CERTO A PROFESSORA CLARICE.
- FALE-ME DELA, VOVÔ. COMO ERA ESSA PROFESSORA? O QUE TINHA DE ESPECIAL QUE POR TANTO TEMPO O SENHOR NÃO A ESQUECE? QUE MATÉRIA ENSINAVA A PROFESSORA CLARICE?
- PASSARAM-SE MUITOS ANOS, MAS DELA JAMAIS ME ESQUECEREI. EU DEVERIA TER SETE OU OITO ANOS, NÃO MAIS, E CLARICE ERA MINHA PROFESSORA DE ARTES. ERA LINDA. IMPOSSÍVEL ESQUECÊ-LA!
- ERA LOIRA? TINHA CACHOS, USAVA TRANÇAS? ERA ALTA, VESTIA-SE BEM? COMO ERA A PROFESSORA CLARICE?
- A BELEZA DE CLARICE, MEU BEM, ERA UMA BELEZA DIFERENTE, UMA BELEZA INTERIOR. EU A ACHAVA LINDA PELA MANEIRA COMO NOS ENSINAVA. PELA PACIÊNCIA COM QUE, SEMPRE SORRINDO, NOS MOSTRAVA A DIVERSIDADE DA MÚSICA, AS MUITAS SURPRESAS DA DANÇA. PELO ENCANTO COM QUE ORGANIZAVA TEATROS E NOS ENSINAVA A DEIXARMOS DE SER NÓS MESMOS, INCORPORANDO UM PAPEL, ASSUMINDO OUTRAS PERSONALIDADES. ERA NEGRA, IMENSA, BRILHANTE, ALEGRE E TRANSBORDAVA DE FELICIDADE, NOS INUNDANDO A TODOS. A PROFESSORA CLARICE ME ENSINOU A OLHAR...

Bem. É isso!
Inté.
 



















EMBOCADURAS NA GAITA CROMÁTICA

 


Bom dia meus caros. 
Vamos continuar a falar de um assunto bem importante para quem quer dominar a harmônica cromática. Em postagem anterior, lá atrás, eu falei do sopro de bico, da embocadura de língua em U e das notas cobertas e solo em oitavas. Hoje falaremos de mais duas. E para isso nos basearemos no método do saudoso Ronald Silva ou Ronald da Gaita.

TÉCNICA DO SOLO EM TERÇAS
 Segundo Ronald, esta técnica obedece as mesmas instruções com relação à técnica do solo em oitavas, ou seja, o harmonicista irá tocar ao mesmo tempo dois orifícios, porém em oitavas distintas. Diferindo apenas no fato que a diferença entre as notas será de 6 orifícios. Logo devemos executar simultaneamente as notas dos orifícios 2 e 7, 5 e 10, 7 e 12, por exemplo, cobrindo os orifícios intermediários com a língua.
Esta técnica é um pouco mais avançada e exige do gaitista um estudo paciente e demorado, mas que gera resultados incríveis.

TÉCNICA DO SOLO E ACOMPANHAMENTO
"Uma forma interessante de tocar gaita de boca, particularmente as gaitas diatônicas, consiste em manter um acompanhamento em acordes durante o trecho musical."
"Para executarmos o acompanhamento simultaneamente com o solo, devemos utilizar a técnica das notas cobertas ou em oitavas e, em consonância com o compasso musical retirarmos e recolocarmos a língua no bocal do instrumento."
Para aprofundar o assunto recomendo o método citado acima que você pode obter ou na loja virtual harmonica master ou com o grande Bené Chireia Jr.

Bons estudos!!!

ESCALAS MUSICAIS - UMA VISÃO GERAL



Bom dia queridos amigos da boa música.

Hoje vamos falar de um assunto bastante interessante. As Escalas musicais.

Segundo o ilustre Bohumil Med, em seu livro Teoria da Música, escala é uma sucessão ascendente e descendente de notas diferentes consecutivas.
A palavra escala vem do latim e significa escada.

Podemos classificar as escalas quanto ao número de notas e quanto a sua utilização.
Quanto ao número de notas temos a pentatônica, a hexacordal, a heptatônica e a artificial ou cromática.
E quanto a sua utilização temos as escalas naturais ou diatônicas, artificiais ou cromáticas, exóticas e outras como a escala hindu e a escala árabe que contém 17 notas.

Escala Natural ou Diatônica

É uma sequência de sete notas diferentes consecutivas com intervalos entre elas de tom ou semitom.

Escala Artificial ou Cromática

É uma sequência de doze semitons consecutivos.

Escalas Exóticas e outras

São aquelas que têm uma formação bem particular, sendo as mais conhecidas as escalas cigana, as pentatônicas ou chinesas e as escalas de tons inteiros.

Em outras postagens falaremos com pouco mais de detalhes sobre cada uma delas.
Abração e bons estudos.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

ENARMONIA - VOCÊ SABE O QUE É ISSO?



Boa tarde queridos amigos da boa música.
Vamos falar mais um pouco de teoria musical. É um assunto importante para se entender intervalos, acordes e harmonia. Parece bobagem, mais muita gente se perde quando o assunto é Enarmonia.

Mais o que vem a ser isso? Essa tal de enarmonia?

Enarmonia nada mais é quando damos nomes diferentes a mesma nota musical.
Por exemplo:
Dó sustenido e Ré bemol, Sol bemol e Fá sustenido.

Muita gente acha que não existe o mi sustenido. Bem, na prática ele não existe, mas teoricamente ele seria o mesmo que o fá natural. 
Para se compreender este assunto, é preciso conhecer outros como acidentes (sustenido, dobrado sustenido, bemol, dobrado bemol e bequadro) e escala temperada e não temperada (que não tem nada haver com culinária).

Sobre os acidentes, eles são símbolos colocados ao lado de uma nota musical para indicar que seja elevada ou abaixada meio tom ou um tom.

a) Sustenido (#)
Ele serve para elevar em meio tom uma nota natural. Por exemplo o dó natural, com o sustenido vira dó sustenido e está meio tom acima do dó natural.

b) Dobrado sustenido (x)
Ele serve para elevar em um tom a nota natural. Por exemplo, o mesmo dó natural, ficando com dó dobrado sustenido, estaria um tom acima.

c) bemol (b)
Já este símbolo serve para baixar em meio tom uma nota.

d) dobrado bemol (bb)
E este serve para baixar em um tom uma nota musical.

e) bequadro
Ele serve para fazer com que a nota alterada volte a sua posição natural. Então dependendo de cada caso ele pode elevar ou baixar uma nota.

Sobre Escala temperada falo em outra oportunidade.

Vejam abaixo todas as notas enarmônicas da escala cromática ocidental.

dó    = si #  = ré bb
dó # = ré b
ré    = dó x = mi bb
ré # = mi b
mi   = ré x = fá b
fá    = mi x = sol bb
fá # = sol b
sol  = fá x = lá bb
sol # = lá b
lá   = sol x = si bb
lá # = si b
si    = lá x = dó b

Bem por enquanto é só.
Para mais informações procurem livros sobre o assunto como o Teoria da Música de Bonhumil Med.

Inté.

EPISÓDIO 13 - SÉRIE GAITISTAS BRASILEIROS - ROBSON FERNANDES



Impossível não ligar o nome de Robson Fernandes ao blues contemporâneo brasileiro. Possuidor de timbre, energia e técnica irretocável; eleva o estilo ao melhor nível exibido no exterior. Não é de se estranhar que os maiores gaitistas de Blues vivos tenham curvado-se em elogios ao trabalho de Robson.
RF nasceu em 1976 na cidade de São Paulo e ainda jovem, aos 16 anos, começou a estudar a gaita diatônica como instrumento de paixão aliada à suas pesquisas sobre a música negra norte americana: o blues. Estudou Harmonia e Improviso com Lupa Santiago e Bocato.

Em 2002 lançou o primeiro Cd de Gaita Blues Instrumental do Brasil, o CD "Sampa Blues", acompanhado por alguns dos melhores nomes do blues brasileiro. Este trabalho colocou Robson Fernandes em evidência no cenário nacional e atrai comentários da mídia especializada no Brasil e no exterior.

Seu segundo CD, Gumbo Blues, 2005, foi o marco de um novo ciclo de trabalho. Robson mostra ousadia e feeling ao, além de executar com técnica impecável seu instrumento, iniciar o registro de sua voz nas gravações. Este álbum entra para a história como o primeiro CD de um gaitista solo brasileiro a ser distribuído nos EUA e Europa pelo selo Pacific Blues do produtor Jerry Hall. Tamanha notoriedade atraiu a atenção da mídia, culminando com a participação do músico no Programa do Jô na Rede Globo de televisão. Robson Fernandes já tomou parte nos principais Festivais de Jazz & Blues do país, como o Natu Blues Festival, Festival Internacional de Guaramiranga, Festival Internacional de Rio das Ostras, Garanhuns Jazz Festival, Oi Blues By Night, Encontro Internacional de Harmonicas e outros.

Após um longo processo de maturação e composição em conjunto com sua nova banda, Victor Busquets (Bateria), Renato Limão (Baixo) e Danilo Simi (Guitarra), no final de 2008 é lançado o álbum Cool, novo trabalho da Robson Fernandes Blues Band. Produzido pelo norte-americano Carlos Sander e gravado totalmente analógico, "Cool" se mostra um trabalho surpreendente. Um CD que explora várias vertentes e ritmos diferentes do Blues, com influências do som de Chicago, California e New Orleans. Conta com a participação do saxofonista californiano Troy Jennings, do guitarrista Marcos Ottaviano e do pianista Ari Borger. Mais uma vez RF inova em seu som e torna-se pioneiro ao gravar uma faixa com um quarteto de cordas num CD de Blues no Brasil.

De forma consistente, Robson ganha espaço no cenário nacional e internacional, e sua música traz um novo sopro ao blues brasileiro e amplia o fôlego do gênero em terras tropicais.
 
FONTE: http://www.robsonfernandes.com/

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA - VÍDEO 7



Bom dia meus caros.

Continuando a série, vamos postar o vídeo 7 sobre a História da Música Brasileira.

Abraço.



sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

A MÚSICA DOS GREGOS




Boa tarde a todos amantes da boa música.

Vamos falar hoje de um pouco da história da música feita na Grécia antiga.

Dos povos da antiguidade, os gregos foram os que mais se destacaram nas ciências, filosofia e nas artes. A música, o teatro e os esportes faziam parte da educação da juventude grega. A música era considerada indispensável para a formação moral dos gregos.
Dos festejos ao deus Dionísio,deus da alegria e do vinho, nasceram a tragédia e a comédia. Foi na Grécia que surgiu o nome Música, que vem de ARTE DAS MUSAS.
A música grega era monódica, ou seja, com apenas uma voz e sua escala era baseada em tetracordes (tetrachordon) interpretado na lira de quatro cordas, que receberam o nome de modos.
Originariamente os modos eram formados por apenas quatro notas.
Estes modos ganharam nomes diferentes de acordo com a região da Grécia em que predominavam.
Os gregos consideravam os modos no sentido descendente.

O modo dórico era considerado o modo principal por ser adotado em toda a Grécia e servia de base para todos os hinos e canções patrióticas. 

O modo dórico ia de mi a mi descendentemente e Platão o considerava grandioso e solene, por despertar a virtude e a coragem;
O modo frígio ia de ré a ré descendentemente e era considerado sensual e materialista, logo favorecia a impetuosidade e a orgia;
E o modo lídio que ia de dó a dó descendentemente era afável, doce e sensual, sendo usado nos cantos juvenis e favorecia a educação, despertando o gosto pelo belo e pelo puro.

Pode-se observar que os gregos antigos tinham uma percepção elevada sobre a música, atribuíndo diferentes poderes morais a cada modo. Para eles a música fazia parte da moral.

Estes modos influenciaram na criação dos modos litúrgicos, surgidos na Idade Média.

O ritmo musical era intimamente ligado à poesia. 

Segundo a mitologia grega, a lira teria sido criada pelo deus Apolo, deus das musas e de notável beleza.
Outro instrumento bastante utilizado foi o aulo, que seria uma flauta de palheta dupla conforme vocês podem observar na figura acima.

Por enquanto é só pessoal.
Inté.

Fontes: 
Med, Bohumil. Teoria da Música, 4 ed. Musimed, 1996
Zimmermann, Nilsa. A música através dos tempos. Paulinas, 2007.


INVERSÃO DE INTERVALOS



Boa tarde querido amigos da boa música.

Continuando o assunto INTERVALOS, vamos falar sobre a inversão deles.

Inverter um intervalo nada mais é do que trocar a posição das notas, quer dizer, a nota mais grave é transportada para uma oitava acima e a nota mais aguda para uma oitava abaixo.
Podemos fazer esta inversão tanto nos intervalos melódicos como nos harmônicos.
Vejamos:

Se temos um intervalo de dó a mi, sendo estes o dó3 e o mi3, colocando este dó uma oitava acima ele se transformaria no dó4, permanecendo o mi3. Também poderíamos deixar o dó3 e baixar em uma oitava o mi3 indo para o mi2.

Na inversão de intervalos melódicos a sequência de notas não se altera, pois a primeira nota do intervalo original continua sendo a primeira nota do intervalo invertido. Caso a ordem das notas seja alterada, teremos o intervalo complementar e não o invertido.

Também na inversão o intervalo ascendente vira descendente e vice-versa.
É importante dizer que na inversão, a classificação do intervalo também muda.

Um intervalo de 1ª vira de 8ª;
o de 2ª vira de 7ª;
o de 3ª vira de 6ª;
e o de 4ª vira de 5ª.

Observem que a soma do intervalo original com o invertido é sempre nove.

Para encontrar a inversão de um intervalo, basta subtraí-lo do número nove. Vejamos:
9 - 3ª = 6ª
9 - 4ª = 5ª

A inversão do intervalo também muda a sua qualificação.
Os maiores se transformam em menores;
os menores em maiores;
os aumentados em diminutos e
os diminutos em aumentados.
Somente os justos não se modificam.

Como exemplo do que foi dito acima tomemos o intervalo de 2ª Maior, formado pelas notas dó e ré. Colocando a nota dó uma oitava acima, o intervalo se transforma em um de 7ª menor.

Por hoje é só pessoal.
Inté.

Fonte: Med, Bohumil. Teoria da Música. 4 ed. Musimed, 1996.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA - VÍDEO 6



Olá amigos. 
Segue o vídeo 6 sobre a História da Música Brasileira. 
Abração!!!



INTERVALOS COMPOSTOS





Bom dia queridos amigos da música.

Continuando o assunto sobre intervalos, hoje vamos falar sobre os INTERVALOS COMPOSTOS. 
São aqueles que ultrapassam o limite da oitava. Podemos dizer que eles são intervalos simples acrescidos de uma ou mais oitava.

Por exemplo, se pegarmos um intervalo de 3ª e acrescentarmos uma oitava, teremos um intervalo composto de 10ª.

Para formar um intervalo CORRESPONDENTE COMPOSTO, basta adicionar-se ao intervalo simples uma ou mais oitavas. Voltando ao exemplo anterior, em um intervalo de dó a mi (3ª maior) e acrescentarmos uma oitava, tanto para cima como para baixo.

Classificamos os intervalos compostos como se fossem intervalos simples e adiciona-se o número sete para cada oitava.

Exemplos: 

4ª + 7 = 11ª (intervalo composto de décima primeira)
6ª + 7 = 13ª (intervalo composto de décima terceira)

E para encontrar o intervalo correspondente simples de um intervalo composto, fazemos uma subtração. Vejamos:

14ª - 7 = 7ª (intervalo simples de sétima)
20ª - (2x7) = 6ª (intervalo simples de sexta)

Bem, por enquanto é isso. Em uma próxima postagem falarei de inversão de intervalos.

Para aprimorar mais o assunto recomendo o livro TEORIA DA MÚSICA de Bohumil Med.

Inté.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA - VÍDEO 5

Boa tarde meus queridos.

Segue o vídeo 5 sobre a bela História da nossa música brasileira. Bom proveito!!!!






INTERVALOS AUMENTADOS E DIMINUTOS





Bom dia meus caros.

Continuando o assunto sobre intervalos, hoje vamos falar sobre outros tipos de intervalos: Os AUMENTADOS e os diminutos.

Conceitos muito fáceis de serem assimilados.

Os intervalos AUMENTADOS (A) são aqueles que têm um semitom cromático a mais que os intervalos justos ou maiores.
Vocês já sabem quem o intervalo de 4ª justa tem 2 tons e 1 semitom. Para transforma-lo em AUMENTADO, basta acrescentar um semitom ou para mais ou para menos.
Por exemplo no intervalo de dó a fá, temos uma 4ª Justa. Se acrescentarmos um sustenido no fá, ficando o intervalo de dó a fá#, teremos uma 4ª Aumentada. Também conseguiremos isso se no dó diminuirmos ele a dó bemol, ficando o intervalo de dó bemol a fá natural. 

os intervalos diminutos (D) são aqueles que têm um semitom cromático a menos que os justos ou menores.
Num intervalo de 3ª menor, que tem 1 tom e 1 semitom, por exemplo de dó a mi bemol, se colocarmos mais um bemol no mi ou um sustenido no dó, transformaremos este intervalo em um de 3ª D. 

Algumas observações interessantes:

1) Todas as quintas, formadas por notas não alteradas ou com alterações iguais, são justas. Por exemplo, de fá a dó ou sol sustenido a ré sustenido.
A única exceção é a quinta do intervalo si - fá  que é uma quinta diminuta.

2) Todas as quartas, formadas por notas não alteradas ou com alterações iguais, são justas. Por exemplo, de lá a ré ou sol sustenido a ré sustenido.
A única exceção é a quarta do intervalo fá-si que é uma quarta aumentada.

3) Este intervalo de quarta aumentada é chamado de trítono ou trinom e do século XV ao XIX era chamado de DIABOLUS IN MUSICA por ser considerado perigoso e de difícil execução.

4) Não existe intervalo de primeira diminuta.

Por enquanto é isso pessoal. 
Bons estudos e até a próxima postagem que falarei de intervalos compostos.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

TIPOS DE HARMÔNICAS - A GAITA BAIXO

Olá amigos.

Como eu não sou especialista sobre a gaita baixo, pois eu ainda nunca toquei uma dessas, vou postar um vídeo com a explicação de um grande gaitista brasileiro chamado Fernando Xavier.

Aproveitem bem!!!


GRANDES NOMES DO JAZZ - DAVE BRUBECK (A DOIS ANOS ELE FOI TOCAR NO CÉU)

Dave Brubeck 2005 in Ludwigshafen 1 fcm.jpg

David "Dave" Warren Brubeck  (06/12/1920 - 5/12/2012)
Reconhecido como um gênio em sua área, ele compôs vários jazz standards, incluindo "In Your Own Sweet Way" e "The Duke".

Vindo de uma família musical, Dave Brubeck começou a aprender piano aos 4 anos de idade com sua mãe e violoncelo aos 9. Ele tinha um gênio muito forte.
Brubeck não era muito interessado em aprender por métodos, simplesmente queria compor suas próprias melodias e por isso nunca aprendeu a ler partituras. Ele evitava aprender a ler durante as aulas de piano de sua mãe, alegando dificuldade de visão. Na faculdade, Brubeck quase foi expulso do curso, quando um de seus professores descobriu que ele não sabia ler partituras. Muitos outros professores o defenderam apontando seu talento em contraponto e harmonia, mas a escola continuou com medo de que isso pudesse causar um escândalo, e só concordou em lhe dar o diploma se ele concordasse em nunca dar aulas de piano.
Após se formar em 1942 na University of the Pacific em Stockton, Califórnia, ele ingressou no exército e serviu na tropa de George Patton durante a Batalha do Bulge em Ardennes, lá ele conhece Paul Desmond.
Estudou com o compositor francês Darius Milhaud e criou seu quarteto em 1951. Após o estudo com Milhaud, iniciou um octeto com a participação de Cal Tjader e Paul Desmond. Após uma primeira decepção, fundou um trio com dois dos antigos membros (sem Desmond). Finalmente fundou o The Dave Brubeck Quartet, com Joe Dodge, Bob Bates e Paul Desmond.
A gravação de Take Five, uma composição de Desmond, em 1959, transformou o quarteto num campeão de vendagens da época. O álbum continha somente composições inéditas, sendo que quase todas tinham uma métrica ímpar, entre elas estavam os clássicos Take Five e Blue Rondo à la Turk. A propósito, entre Brubeck e Desmond viria a se desenvolver, com o passar dos anos, um entrosamento quase telepático.
No meio dos anos 50 Bates e Dodge foram substituídos por Eugene Wright e Joe Morello. O quarteto desfez-se em 1967 e Brubeck continuou a tocar com Desmond e fez gravações com Gerry Mulligan. Brubeck tinha admiração por Duke Ellington e pela música erudita.
Seu quarteto atual inclui o saxofonista e flautista Bobby Militello, o baixista Michael Moore (que substituiu Alec Dankworth), e o seu baterista de longa data Randy Jones e trabalhou recentemente com a London Symphony Orchestra.
O músico faleceu em 5 de Dezembro de 2012, no hospital de Norwak, em Connecticut, vítima de uma parada cardíaca, na véspera do seu 92º aniversário.

Discografia

  • 1949: Brubeck Trio with Cal Tjader (Fantasy)
  • 1952: Jazz at the Blackhawk [live] (Fantasy)
  • 1952: Jazz at Storyville [live] (Fantasy)
  • 1953: Jazz at the College of the Pacific [live] (Fantasy/OJC)
  • 1954: Jazz Goes to College [live] (Columbia)
  • 1957: Jazz Goes to Junior College [live] (Columbia)
  • 1959: Gone With the Wind (Columbia/Legacy)
  • 1959: Time Out (Columbia/Legacy)
  • 1961: Time Further Out (Columbia/Legacy)
  • 1962: Countdown: Time in Outer Space (Columbia)
  • 1963: N.Y.C., Carnegie Hall, February 22, 1963 [live](Columbia)
  • 1963: The Dave Brubeck Quartet at Carnegie Hall [live] (Sony)
  • 1967: Compadres (Columbia)
  • 1967: The Last Time We Saw Paris [live] (Columbia)
  • 1968: Adventures In Time (Columbia)
  • 1969: The Gates of Justice (Decca)
  • 1970: Live at the Berlin Philharmonie (Columbia/Legacy)
  • 1975: Brubeck & Desmond: Duets (1975) (A&M)
  • 1975: 1975: The Duets (Horizon)
  • 1981: Paper Moon (Concord Jazz)
  • 1996: A Dave Brubeck Christmas (Telarc Jazz)
  • 2003: Park Avenue South [live] (Telarc)
  • 2003: Brubeck in Chattanooga (Choral Arts Society of Chattanooga)
  • 2004: Private Brubeck Remembers (Telarc)
  • 2005: London Flat, London Sharp (Telarc)














RITMOS DO BRASIL - MARACATU


O maracatu é um ritmo tradicional do nordeste do Brasil. Nas cidades Recife e Olinda, no coração do estado de Pernambuco, o maracatu desenvolveu-se a mais de 400 anos da música e tradição das escravos provenientes da África.

De saída do Porto Novo, os Portugueses exportavam do reino Dahomey com a capital Abomey (hoje Benin) membros das tribos das Fon, Nagô, Yoruba, Adja, Ewes e Minas. Com as escravos vieram também os cultos do vudu (Orixa na lingua Yoruba) para América do Sul.
 
Misturado com as religiões das tribos da África Central desenvolveu-se o Candomblé. A maioria dos cantos e preces do Brasil até Haiti e Cuba estão até hoje em Yoruba, Nago ou Goun, outra língua da África do leste. Para os portugueses "Kongo" é uma denominação simplificada.

A palavra Maracatu denominava uma reunião barulhenta de homens negros ou mulatos e tinha uma conotação negativa. No tempo de carnaval davam permissão aos escravos de viverem em público as suas tradições e religião. Aí eles celebravam a coroação do rei e da rainha.

Vestidos com as roupas barrocas descartadas dos portugueses os integrantes do desfile formavam a corte para o rei e a rainha, príncipe e princesa, duque e duquesa, barão e baronesa, embaixador, porta estandarte, porta sombrinha, batuqueiros, damas da corte e damas de passo, a primeira dama da corte, que, durante o desfiles, leva a boneca chamada calunga e que simboliza as rainhas mortas.

Desde o século 17 o maracatu é tocado mais ou menos como hoje: O gongue faz o ritmo, as caixas, tambores de guerra, formam o tapete de ritmo com os ganzás e xequerés e as alfaias, os tambores de madeira, que tocam os toques diferentes, as variações do ritmo.


Fonte: http://www.maracatucolonia.de/PT/?historia_Maracatu


UM POUCO DE TEORIA MUSICAL - INTERVALOS


Boa tarde queridos amigos amantes da boa música!!!!
Hoje vamos falar de um assunto de teoria musical chamado de intervalos. Mas o que vem a ser os intervalos? É um tempo de descanso do músico de uma apresentação para outra? Seria uma pausa para um lanche rápido entre uma música e outra? Brincadeiras a parte, segundo o ilustre Bohumil Med, em seu livro Teoria da Música, editado pela Musimed, INTERVALO É A DIFERENÇA DE ALTURA ENTRE DOIS SONS OU A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE DUAS ALTURAS OU O ESPAÇO QUE SEPARA UM SOM DO OUTRO.

Qualquer uma das 12 notas musicais do nosso sistema ocidental tem uma ALTURA ABSOLUTA que seria a sua altura exata que corresponde a um determinado número de vibrações e tem uma ALTURA RELATIVA que resulta da comparação de uma nota a outra.

CLASSIFICAÇÃO DOS INTERVALOS

Podemos classificar os intervalos da seguinte maneira:

a) Intervalo melódico - quando este é formado por notas sucessivas. Por exemplo quando tocamos sucessivamente as notas dó e sol.
b) Intervalo harmônico - quando este é formado por notas simultâneas, ou seja, tocadas ao mesmo tempo.
c) Intervalo ascendente - quando a primeira nota é mais grave do que a segunda.
d) Intervalo descendente - quando a primeira nota é mais aguda do que a segunda.

Vale lembrar que as classificações dadas acima dos itens "c" e "d" só servem para os intervalos melódicos, certo?

e) Intervalo conjunto - é aquele formado por notas consecutivas, como por exemplo dó e ré.
f) Intervalo disjunto - é aquele formado por notas não consecutivas, como por exemplo o intervalo formado pelas notas dó e mi.
g) Intervalo simples - é aquele formado por notas que se encontram dentro do limite de uma oitava.
h) Intervalo composto - é aquele formado por notas que ultrapassam o limite de oitava.

COMO MEDIMOS OS INTERVALOS?

Podemos medi-los de duas formas: QUANTITATIVAMENTE e QUALITATIVAMENTE. 

Vejamos.

A classificação quantitativa é feita segundo o número de notas contidas no intervalo, incluindo-se as notas que formam este intervalo.

Por exemplo: 
Se temos um intervalo que começa com a nota mi e termina com a nota lá, teremos um intervalo de 4ª (quarta). Contamos as notas mi, fá, sol e lá. Entenderam?
Um intervalo de segunda é formado por duas notas; um de terça por três notas, um de quinta por cinco notas, e assim sucessivamente.

E é importante salientar que esta classificação quantitativa ou numérica não leva em consideração nem os acidentes nem as claves. Ou seja, se temos um intervalo que vai da nota fá à nota ré bemol ou da nota fá sustenido à nota ré natural, ele será sempre de 6ª (sexta). E se este mesmo intervalo estiver na clave de sol ou na de fá ou na de dó, terá a mesma classificação numérica.

Já para a classificação qualitativa de intervalos devemos considerar o número de tons e semitons contidos entre as notas destes intervalos. Vamos a eles.

a) Intervalos Justos

1ª justa (ou uníssono) - compreende dois sons de mesma altura, por exemplo o intervalo de dó e dó. A distância é de zero tom.

4ª justa - formada por dois tons e um semitom. Por exemplo o intervalo de dó a fá.

5ª justa - formada por três tons e um semitom. Por exemplo o intervalo de dó a sol.

8ª justa - formado por 5 tons e 2 semitons. O intervalo que vai de dó grave para o outro dó mais agudo.

b) Intervalos maiores

2ª maior - formado por um tom. Como exemplo o intervalo de dó a ré.

3ª maior - formado por dois tons. O intervalo de dó a mi, por exemplo.

6ª maior - formado por 4 tons e um semitom. De dó a lá, por exemplo.

7ª maior - formado por 5 tons e um semitom. De dó a si, por exemplo.


c) Intervalos menores

2ª menor - formado por um semitom. Como exemplo o intervalo de dó a ré bemol.

3ª menor - formado por um tom e um semitom. O intervalo de dó a mi bemol, por exemplo.

6ª menor - formado por 3 tons e dois semitons. De dó a lá bemol, por exemplo.

7ª menor - formado por 4 tons e dois semitom. De dó a si bemol, por exemplo.


Estará errado vocês dizerem intervalos de 4ª ou 5ª maior ou 2ª justa ou 3ª justa, pois estas denominações não existem.

Este assunto não se esgota aqui e eu só dei uma breve introdução em um assunto de suma importância para que se entenda formação de acordes e campo harmônico.

Por enquanto é só, mas em breve falarei sobre os intervalos aumentados e diminutos.

Abraço a todos.
















quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

PETER TOSH






Winston Hubert McIntosh, mais conhecido como Peter Tosh (Westmoreland, 19 de outubro de 1944Kingston, 11 de setembro de 1987) foi um pioneiro músico de reggae/ska, conhecido pela sua militância, por ser bem-instruído e por se meter frequentemente em confusões.
Tosh nascido em Westmoreland, ele cresceu em Kingston, Jamaica, na favela de Trenchtown. Embora sua pouca paciência o metesse frequentemente em confusões, o jovem McIntosh começou a cantar e a tocar guitarra bem cedo, inspirado pelas estações americanas que ele conseguia sintonizar em seu rádio. No começo dos anos 1960 ele conheceu Bob Marley e Bunny Livingston, formando o grupo Wailing Wailers. Depois que Marley retornou dos Estados Unidos em 1966, os três passaram a se envolver com a religião Rastafari, mudando o nome da banda para The Wailers.
Eles conseguem um contrato com a Island Records, lançando Catch a Fire em 1972 e Burnin' em 1973. Neste mesmo ano, Tosh se envolve em um sério acidente automobilístico. Seu carro cai de uma ponte, matando sua namorada e deixando Tosh com uma fratura grave no crânio. Ele sobrevive, mas torna-se uma pessoa ainda mais difícil de se lidar. Depois que o presidente da Island, Chris Blackwell, recusa-se a lançar seu disco solo em 1974, Tosh e Bunny deixam os Wailers, citando o tratamento injusto que recebiam de Blackwell, que Tosh chamava de "pior que os brancos". Ele lança seu disco solo em 1976 pela CBS, Legalize It; a faixa-título logo tornaria-se o hino do movimento pró-maconha, além da favorita nos shows de Tosh, bem como se tornando o single mais vendido da ilha, a despeito da proibição de que tocasse nas rádios. Sempre mostrando seu lado militante, ele lança Equal Rights em 1977, tentando obter reconhecimento das massas e mantendo seu ponto de vista militante, mas não foi muito bem sucedido, principalmente se comparado com Bob Marley.
No final dos anos 70 lança os discos Bush Doctor e Mystic Man e em 1981 lança Wanted Dread And Alive, álbuns que não foram muito aclamados pelo público. Depois do lançamento de Mama Africa em 1983 (onde está incluído o seu maior sucesso, a regravação da canção clássica do roqueiro norte-americano Chuck Berry, Johnny B. Goode) ele entra num auto-imposto exílio, procurando auxílio espiritual de curandeiros africanos enquanto tentava se livrar de um contrato de distribuição de seus discos na África do Sul.

Em 1987, a carreira de Peter Tosh parecia estar voltando a fazer sucesso; naquele ano, recebeu um Grammy por Melhor Performance de Reggae naquele ano, pelo álbum No Nuclear War. No entanto, no dia 11 de setembro, uma gangue de três homens invadiu sua casa exigindo por dinheiro. Diante da negativa de Tosh, dispararam contra ele e seu amigo, o DJ Jeff "Free I" Dixon. O líder da gangue era Dennis "Leppo" Lobban, um homem de quem Peter Tosh havia ficado amigo e ajudado até mesmo a encontrar um emprego, depois de cumprir uma longa sentença na prisão. Leppo se entregou para as autoridades, foi julgado e condenado na mais curta deliberação de jurados da história da Jamaica: onze minutos. Foi condenado à morte, porém sua sentença foi alterada para prisão perpétua em 1995 e ele continua, até hoje, na cadeia.1 Nenhum de seus dois supostos cúmplices foram encontrados, embora existam rumores de que ambos teriam sido assassinados.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA - VÍDEO 4

Bom dia amigos.

Continuando a série, assistam ao vídeo 4 sobre a nossa maravilhosa música brasileira.


Aproveitem sem moderação.


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA - VÍDEO 3


Boa tarde queridos amantes da boa música.

Segue o vídeo 3 da História da Música Brasileira. Imperdível.



BOB MARLEY - O REI DO REGGAE




Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley (Nine Mile, 6 de fevereiro de 1945Miami, 11 de maio de 1981), foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar o género. Marley já vendeu mais de 75 milhões de discos.2 A maior parte do seu trabalho lidava com os problemas dos pobres e oprimidos. Levou, através de sua música, o movimento rastafari e suas ideias de paz, irmandade, igualdade social, preservação ambiental, libertação, resistência, liberdade e amor universal ao mundo. A música de Marley foi fortemente influenciada pelas questões sociais e políticas de sua terra natal, fazendo com que considerassem-no a voz do povo negro, pobre e oprimido da Jamaica. A África e seus problemas como a miséria, guerras e domínio europeu também foram centro de assunto das suas músicas, por se tratar da terra sagrada do movimento rastafari.
 
Hoje pode ser considerado o primeiro e maior astro musical do Terceiro Mundo e a maior voz deste. Suas músicas mais conhecidas são " I Shot the Sheriff "," No Woman, No Cry"," Could You Be Loved "," Stir It Up "," Get Up, Stand Up "," Jamming "," Redemption Song "," One Love/People Get Ready "e," Three Little Birds ", e tambem lançamentos póstumos como " Buffalo Soldier "e" Iron Lion Zion ". A coletânea Legend, lançada três anos após sua morte e que reúne algumas músicas de álbuns do artista, é o álbum de reggae mais vendido da história. Bob foi casado com Rita Marley (de 1966 até a morte), uma das I Threes, que passaram a cantar com os Wailers depois que eles alcançaram sucesso internacional. Ela foi mãe de quatro de seus doze filhos (dois deles adotados), os renomados Ziggy e Stephen Marley (lê-se Stivân), que continuam o legado musical de seu pai na banda Melody Makers. Outros de seus filhos, Ky-Mani Marley, Julian Marley e Damian Marley (vulgo Jr. Gong) também seguiram carreira musical. Foi eleito pela revista Rolling Stone o 11º maior artista da música de todos os tempos.

Quando foi morar em Trenchtown, Bob ainda novinho já tinha uma ligação forte com a música. Ele e o seu amigo Bunny, filho do homem com quem a mãe de Bob havia casado, improvisavam guitarras feitas de lata e acompanhavam os sucessos vindos da América, particularmente de New Orleans, sintonizados em um mini-rádio transistorizado. Eles captavam Ray Charles, Fats Domino, Brook Benton (um dos preferidos de Marley) e grupos como os Drifters, que eram muito populares na Jamaica.

Nesta época, a juventude jamaicana fervia com esta gama variada de R&B americanos, mas ter um rádio transístor para captar a nova onda era luxo, por isto nomes como Coxsone Dodd, Leslie Kong e outros, ficaram famosos por seus Sound Systems (sistemas de som), normalmente um furgão equipado com aparelhagem suficiente para fazer a rapaziada se animar com os últimos sucessos chegados dos EUA nas ruas dos guetos.

Por volta do início dos anos 60, o movimento R&B começou a decair nos Estados Unidos e tornou-se difícil a aquisição de discos para satisfazer a dieta insaciável de lançamentos que o povo jamaicano exigia. Os donos dos Sound Systems viram-se então obrigados a investir no talento dos músicos locais. Começava-se a desenvolver nesta época na ilha, uma música que incorporava as tradições musicais jamaicanas com influências do R&B e das Big Bands, resultando no vibrante e agitado som do Ska. A independência da Jamaica em 1962, deixando de ser uma colónia britânica, ajudou a compor o momento de criação de uma música originalmente jamaicana.

Os donos de Sound Systems tornaram-se então produtores. Alugavam algum estúdio de duas pistas, descobriam algum rapaz que tivesse o talento de cantar suas emoções vividas nos guetos de Kingston, e faziam discos de Ska.
 
Quando Bob Marley deixou a escola aos 14 anos, parecia ter apenas uma ambição: a música. Mas, muito para agradar sua mãe, que temia que ele se tornasse um rude boy (como são conhecidos os delinquentes juvenis na Jamaica), arranjou um emprego de soldador.

Passava suas horas livres ao lado de Bunny aperfeiçoando as suas habilidades vocais. Eles eram ajudados por um dos mais célebres habitantes de Trenchtown na época, o cantor Joe Higgs, que dava aulas informais de canto para artistas aspirantes que estivessem interessados em aperfeiçoar suas habilidades. Foi numa destas sessões que Bob e Bunny Wailer conheceram Peter Tosh, outro jovem com grande ambição na música.

Em 1962 Bob fez uma audiência para o produtor Leslie Kong, que veio a publicar as suas primeiras gravações. "Judge Not", composta por Bob Marley, foi a primeira. Apesar de as músicas gravadas não terem sido executadas nas rádios e chamado pouca atenção do público, só vieram confirmar a ambição de Marley de se tornar cantor.

No ano seguinte, Bob decidiu que o caminho a seguir seria criar uma banda. Juntou-se com os seus amigos Bunny Wailer e Peter Tosh para formar os "Wailing Wailers". Escolheram este nome para a banda porque diziam que, ao nascer no gueto, nasciam a lamentar, e "wail" signifca "lamentar". O novo grupo tinha um mentor: o percussionista rastafari chamado Alvin Patterson, que apresentou os garotos para o produtor Coxsone Dodd. No verão de 1963, Coxsone ouviu os Wailing Wailers e, satisfeito com o som do grupo, resolveu gravá-los.

Os Wailing Wailers finalizaram seu primeiro single, "Simmer Down" através do selo de Coxsone, durante as últimas semanas de 1963. Já em janeiro do ano seguinte era a primeira nas paradas jamaicanas, e se manteve nesta posição durante os próximos dois meses.

O grupo, Bob, Bunny e Peter juntamente com outro cantor, Junior Braithwaite e mais duas backing vocals, Berverly Kelso e Cherry Smith, eram a grande novidade no cenário jamaicano. "Simmer Down" causou grande sensação na ilha e os Wailing Wailers começaram a gravar com regularidade para o lendário Studio One de Coxsone Dodd. O grupo agora criava novos temas identificando-se com os Rude Boys das ruas de Kingston. A música jamaicana finalmente tinha uma identidade e alguém que falava a mais pura linguagem do gueto.

Nos anos seguintes, a banda de Marley colocou mais alguns hits nas paradas da ilha, o que estabeleceu a popularidade do grupo mas, apesar disto as dificuldades económicas que atravessavam fez com que Junior Braithwaite, Berverly Kelso e Cherry Smith deixassem a banda. Além disso, a mãe de Bob havia-se casado novamente e mudou-se para Delaware, nos Estados Unidos, onde economizou algum dinheiro para mandar uma passagem de avião para o jovem Marley, naquela altura com 20 anos. A intenção da mãe de Bob era que lá ele começasse uma nova vida. Antes de se mudar para a América do Norte, ele conheceu uma jovem chamada Rita Anderson, e no dia 10 de fevereiro de 1966 casaram-se.

A estadia de Marley nos Estados Unidos teve vida curta. Ele só trabalhou lá o suficiente para financiar a sua verdadeira ambição musical. Em outubro de 1966, Bob Marley, depois de oito meses na América do Norte, retornou à Jamaica. Este foi um período decisivo na sua formação, pois o imperador da Etiópia, Haile Selassie, havia feito uma visita de estado na Jamaica em abril daquele ano, e durante o período em que Bob esteve fora, o movimento rastafari ganhou nova vida nas ruas de Kingston. Marley começou cada vez mais a se aprofundar dentro do espírito e cultura rastafari.

Em 1967, a música de Bob já refletia a sua nova crença. Ao invés de cantar hinos para os Rude Boys, Marley começou a compor temas sociais e espirituais, o que se tornou sua marca registrada e seu maior legado. Uniu-se novamente a Peter Tosh e Bunny Wailer para reorganizar o grupo. Eles simplificaram o nome original "Wailling Wailers" para "The Wailers". Rita tinha iniciado sua carreira como cantora e alcançou um grande sucesso com a música "Pied Piper", uma versão cover de uma música pop inglesa. A música jamaicana, por sua vez, estava a transformar-se: o agitado Ska tinha sido substituído por um ritmo mais lento e sensual chamado Rocksteady.

O compromisso que os Wailers vinham assumindo com o movimento rastafari provocou um certo conflito com o produtor Coxsone Dodd. Então, decidiram controlar o seu destino fundando seu próprio selo, Waili'N'Soul. Devido à ingenuidade deles nos negócios, apesar de terem conseguido algum sucesso no princípio, a firma acabou falindo no final de 1967. Apesar disto, o grupo sobreviveu inicialmente como compositores para uma companhia associada ao cantor americano Johnny Nash, que na década seguinte teve um grande sucesso internacional com a música "Stir it Up" de Marley.

No final da década de 1960 e início de 1970, os Wailers também se uniram ao produtor Lee Perry, o mago dos estúdios, que transformou as possibilidades técnicas de gravação numa forma requintada de arte. A união dos Wailers com Lee Perry resultou em algumas das mais belas produções da banda. Faixas como "Soul Rebel", "Duppy Conqueror", "400 Years" e "Small Axe" não foram apenas clássicos, mas definiram a direção do Reggae. Nesta mesma época, o baixista Aston "Family Man" Barret e seu irmão, o baterista Carlton se uniram aos Wailers. Eram eles que formavam a base rítmica dos "Upsetters", o grupo de estúdio de Lee Perry com quem os Wailers tinham gravado em todas aquelas sessões junto ao produtor. Os dois irmãos eram, indiscutivelmente, a melhor sessão rítmica da época e o The Wailers, junto a eles, começou a ganhar forma. Anos mais tarde, Family Man, numa declaração, disse:
Cquote1.svg Nós éramos a melhor cozinha e os Wailers o melhor grupo vocal da Jamaica, então nos perguntamos: por que não pôr o mundo de joelhos?" Cquote2.svg
A reputação do grupo era aclamada por tudo quanto era Caraíbas, mas continuavam desconhecidos internacionalmente.

No verão de 1971, Bob aceitou o convite de Johnny Nash para acompanhá-lo até a Suécia, onde o cantor americano tinha sido encarregue de produzir a trilha sonora para um filme sueco. Enquanto estava na Europa, Marley assinou um contrato com a CBS, que naturalmente também era a gravadora de Nash. No verão de 72 todos integrantes dos Wailers estavam em Londres promovendo ostensivamente um single para a CBS: "Reggae on Broadway". Mas assim como o filme de Nash, o projeto fracassou e os Wailers se viram em maus lençóis numa terra distante. Como última cartada na Europa naquele ano, Marley dirigiu-se aos estúdios da Island Records, em Londres, e perguntou se podia ver seu fundador Chris Blackwell.
 
Chris Blackwell, um jamaicano branco, descendente de ingleses, pertencente a uma rica e tradicional família da ilha, havia fundado a Island Records na Jamaica ainda no final dos anos 50 e já estava envolvido com a cultura musical jamaicana, mesmo antes da época do Ska. A companhia foi uma das pioneiras em exportar a música jamaicana para o mundo e na década de 60 se tornou a principal responsável por lançamentos e divulgação da música da ilha no Reino Unido, desde o Ska, passando pelo Rocksteady até o Reggae. A Island, ainda nos anos 60, também expandiu seus negócios para o rock'n roll, tendo em seu "casting" artistas como Traffic, Jethro Tull, King Crimson, Cat Stevens, Free e Fairport Convention. Assim, quando Marley fez seus primeiros passos dentro da Island em 1971, ele estava se conectando com a mais quente das gravadoras independentes na época.
Blackwell sabia da reputação de Marley na ilha caribiana. Tanto o lado no qual eram conhecidos como um bando de Rude Boys, quanto a de que eram de qualidade e fibra inigualáveis e que, acima de tudo eram muito populares e respeitados tanto na Jamaica como, já na época, em todo Caribe. Foi oferecida ao grupo uma oferta de confiança aonde Chris Blackwell, o contratante, dava um adiantamento de £ 4.000 (o equivalente aproximadamente a US $ 8.000), e uma carta branca para eles irem para a Jamaica e produzirem o material para o primeiro álbum do The Wailers na Island Records. Pela primeira vez uma banda de Reggae tinha este tipo de tratamento, comparável aos seus contemporâneos do rock n' roll, com acesso ao mais alto nível de gravação. Antes disso, considerava-se que Reggae só vendia discos "singles" ou coletâneas de baixo custo. Blackwell foi advertido por várias pessoas a não confiar tanto assim nos garotos e que possivelmente eles sumiriam com o dinheiro sem que se visse resultado de gravação alguma. Depois de alguns meses, os Wailers estavam de volta a Londres com o material que haviam gravado nos estúdios da Island em Kingston.
Para tornar o material mais agradável aos ouvidos do público internacional, foram acrescentadas às gravações originais, solos de guitarra e linha de teclados executadas por músicos ingleses. A estratégia de Blackwell consistia em lançar os Wailers como uma nova banda de Rock, composta por negros jamaicanos. O resultado disso foi o álbum "Catch a Fire", com uma sugestiva embalagem em forma de isqueiro, de onde se retira o vinil abrindo a tampa. O disco foi pesadamente promovido, iniciando a partir daí a escalada internacional do sucesso e reconhecimento de Bob Marley.
A cadência de Marley, aliada a suas letras de paz, protesto e engajamento social contrastavam completamente com o que rolava no cenário do rock da época. A gravadora decidiu que os Wailers deveriam excursionar fazendo shows tanto no Reino Unido, como também nos Estados Unidos, de novo uma completa novidade para uma banda de Reggae. A banda embarcou numa excursão pela Europa, o que a solidificou em suas performances ao vivo. Depois de três meses, voltaram à Jamaica, e Bunny, decepcionado com a vida na estrada e o pouco dinheiro que ganhavam, recusou-se a participar da tour pelos Estados Unidos. Foi substituído por Joe Higgs, o mestre musical dos ainda adolescentes Wailers, nos tempos de Trenchtown. Nos Estados Unidos, Bob Marley e seus parceiros lotaram alguns clubes noturnos e abriram shows para outros artistas. A repercussão da banda em sua tournée andava tão bem que foram arranjadas 17 datas para os Wailers abrirem os shows de Sly & The Family Stone, na época a maior banda de Black Music da América. Depois de abrir quatro shows para Sly, Bob Marley e sua banda foram retirados da tournée. Pelo que parece, Bob Marley & The Wailers destacavam-se mais do que a banda que deveria ser a atração principal.
O primeiro sinal da projeção de Bob Marley como astro internacional viria através de um presente de Chris Blackwell, para o proeminente novo artista. Logo após o impacto do álbum "Catch a Fire" no mercado europeu, Blackwell entregou a Marley as chaves da Island House, uma imponente mansão situada na Hope Road Avenue, parte rica de Kingston, inclusive muito próxima à sede do governo, que ficava rua abaixo com seus imensos jardins. Em pouco tempo o novo "yard" de Marley tornou-se um núcleo de criação e uma espécie de comunidade, com acesso livre para toda a família, amigos do gueto, rastas, namoradas de uns e outros, músicos, jornalistas estrangeiros, e mais alguns outros que eventualmente apareciam para jogar o famoso futebol de fim de tarde no estacionamento da casa. Bob Marley, como revelam relatos de amigos e família, dava dinheiro e comida para pessoas que vinham da favela pedir. Era comum formar filas de mulheres com bebés, crianças, jovens e até mesmo homens que queriam começar um pequeno negócio, na porta da casa do músico.
Este clima de euforia de uma nova vida comunitária religiosa e criativa encontraria sua tradução no disco "Burnin", segundo lançamento dos Wailers pela Island Records, no final de 1973. As músicas, com um conteúdo ainda mais politizado e social que as do álbum anterior, atingiam o público branco da Europa e Estados Unidos com clássicos como "Get Up, Stand Up", na qual Bob alerta as pessoas para que lutem por seus direitos , "I Shot the Sheriff", etc. Estava a acontecer uma verdadeira revolução musical e ideológica.
Celebridades como Paul McCartney, Mick Jagger começavam a admirar o ascendente trabalho do jamaicano. O lendário Eric Clapton ressurgiu regravando "I Shot the Sherif", de Marley, versão que atingiu os primeiros lugares nas paradas, colocou o guitarrista inglês novamente no cenário musical e ajudou a alavancar ainda mais a carreira de Bob Marley & The Wailers.
Em outubro de 1974, "Natty Dread" foi lançado. Graças ao sucesso da faixa "No Woman No Cry", que atingiu o primeiro lugar na parada inglesa, Marley tornou-se ainda mais popular. A essa altura, o grupo já não contava mais com Bunny Wailer e Peter Tosh, que partiram para suas carreiras solo e foram substituídos pelas I-Threes: as cantoras Judy Mowatt, Marcia Griffiths e a mulher de Bob, Rita Marley.
Com o lançamento do próximo disco, "Rastaman Vibration", em 1976, o cantor conquistou a fama nos Estados Unidos. Na Jamaica, a sua fama já era quase mística, e em grande parte graças às mensagens de suas músicas, o pensamento rastafari estava a tornar-se muito popular nos guetos jamaicanos. Em meio a este quadro, também havia o fato de o imperador etíope Haile Selassie, considerado pelos rastas como a representação de Deus na Terra, ter falecido no final de 1975.
Em 1976, ano de eleições parlamentares na Jamaica, a ilha vivia um dos períodos mais sangrentos da sua história. Havia, praticamente, uma guerra civil entre jovens militantes que defendiam partidos distintos. Bob Marley quis dar um show gratuito pela paz e pela união da juventude. O então primeiro-ministro, líder do partido PNP, Michael Manley, apoiou e deu força à ideia do concerto pela paz, para supostamente apaziguar as tensões antes das eleições, marcadas para dali uns dias. Dois dias antes do show, porém, a casa de Bob Marley na Hope Road Avenue foi invadida por um grupo de pistoleiros defensores do candidato opositor a Michael Manley, que invadiu a sala onde Marley estava a ensaiar, e disparou tiros em todas as direções, com o intuito de o matar. Miraculosamente, ninguém foi morto no ataque noturno. Don Taylor, empresário de Marley, estava a aproximar-se dele no exato momento em que os homens começaram a disparar, levando vários tiros e tendo, como legado deste fato, uma vida sobre a cadeira de rodas. Rita Marley levou um tiro de raspão na cabeça. O projétil ficou alojado em seu couro cabeludo. Marley recebeu um tiro que raspou seu peito logo abaixo do coração e penetrou profundamente em seu braço esquerdo. O caso de Marley foi o menos grave entre os atingidos, sendo o primeiro a sair do hospital. No dia 5 de Dezembro, Bob, depois de muitos alertas, resolveu subir ao palco do festival mesmo baleado. Ainda com os curativos, Marley se apresentou no concerto "Smile Jamaica", pela paz, e depois mostrou os seus ferimentos ao público. Nesta ocasião, ao ser questionado sobre o fato de comparecer ao show mesmo baleado, o músico disse uma de suas mais conhecidas frases: "As pessoas que estão a tentar destruir o mundo não tiram um dia de folga. Como posso eu tirar, se estou a fazer o bem?"
Logo após o concerto "Smile Jamaica", o cantor mudou-se para Londres, temendo que fosse vítima de outro atentado político, devido aos temas e críticas políticas e sociais de suas músicas. Em Londres, gravou seu disco "Exodus". A partir de então, o sucesso dos Wailers só aumentou e cada disco lançado destacava-se nas primeiras posições inglesas e americanas.
Bob Marley voltou a morar na Jamaica em 1978. O músico resolveu conceder um concerto gratuito em Kingston para comemorar o seu retorno. No dia 22 de abril de 1978, Bob Marley & The Wailers apresentaram-se no Estádio Nacional de Kingston, no famoso "One Love Peace Concert". Neste show, Marley chamou ao palco o então primeiro-ministro jamaicano, Michael Manley, líder do partido PNP, e Edward Seaga, líder do partido da oposição, para que dessem as mãos e fizessem um juramento de paz. A multidão que assistia ao concerto foi à loucura.
Ainda em 1978, Bob foi pela primeira vez a África, onde visitou o Quénia e a Etiópia, país sagrado reverenciado pelo movimento rastafari. Depois de uma nova tournée pela Europa e EUA, o grupo lançou o disco ao vivo "Babylon By Bus", e tocou na Austrália, Japão e Nova Zelândia. Em 1979, Bob Marley & The Wailers lançaram seu álbum mais politizado de todos. "Survival" tinha como tema nas suas músicas os problemas sociais e políticos pelos quais o continente africano passava, como guerras, fome e o domínio branco. Neste álbum, foi lançada a música "Zimbabwe": uma música de apoio aos rebeldes negros da Rodésia, que estavam prestes a conquistarem sua independência do domínio branco, criando o estado do Zimbabwe. "Africa Unite" também é uma música clássica deste álbum, que mistura assuntos da fé rastafari com a situação social dos africanos. "Survival" chegou a ser censurado pelo regime do Apartheid na África do Sul. Mas, por sua vez, África era o único continente em que o grupo ainda não se havia apresentado. Porém, em 1980, após terem se apresentado no início do ano no Gabão, Bob Marley e sua banda foram convidados a se apresentarem na cerimonia de independência do Zimbabwe. Bob Marley & The Wailers apresentaram-se em 18 e 19 de abril na festa de independência, em Harare, no Zimbabwe.
Em maio de 1980, foi lançado "Uprising", sucesso instantâneo no mundo inteiro com hits como "Could You Be Loved" e a comovente faixa de encerramento "Redemption Song". Os Wailers embarcaram na sua maior tournée europeia, arrasando quarteirões em todos os lugares em que passaram, incluindo o legendário show em Milão, Itália, com público estimado em 100.000 pessoas, recorde absoluto até então para qualquer banda do mundo. Bob Marley & the Wailers eram simplesmente a banda em tournée mais importante daquele ano e o álbum "Uprising" bateu todas as paradas de sucesso no continente europeu. Foi um período de máximo otimismo na carreira de Bob Marley.
Após a tournée europeia, com uma vasta agenda marcada, Bob Marley e a banda partiram para os Estados Unidos, quando fizeram dois shows no Madison Square Garden. Durante a segunda apresentação, Bob passou mal no palco e começou a ser averiguado o que se passava com o ídolo do reggae. Bob, embora com problemas de saúde, chegou a fazer ainda mais um show em Pittsburgh, no dia 23 de setembro de 1980 (último show de Bob Marley), mas logo o mundo recebeu a triste notícia de que o astro do Reggae tinha câncer. A doença teria sido decorrente de um ferimento infeccionado no dedão do pé, que ele teria sofrido em 1977, durante uma partida de futebol em Londres. A ferida, quando feita, não havia cicatrizado, e sua unha posteriormente havia caído; foi então que o diagnóstico correto foi feito. Marley na verdade sofria de uma espécie de câncer de pele, chamado melanoma maligno, que se desenvolveu sob sua unha. Os médicos aconselharam-no a amputar o dedo, porém Marley recusou-se a fazê-lo devido à sua filosofia rastafari, de que o corpo é um templo que ninguém pode modificar (motivo pelos quais os rastas deixam crescer a barba e os dreadlocks). Ele também estava preocupado com o impacto da operação em sua dança; a amputação afetaria profundamente sua carreira no momento em que se encontrava no auge.
O cancro espalhou-se para o cérebro, o pulmão e o estômago. Ele lutou contra a doença durante oito meses buscando tratamento na clínica do Dr. Joseph Issels na Alemanha, no final de 1980 e início de 1981. Durante algum tempo, o estado de Marley parecia ter se estabilizado com o tratamento naturalista do doutor alemão.
Em maio de 1981, quando o Dr. Joseph Issels anuncia que nada mais poderia ser feito, Bob Marley já abatido pela doença, resolveu retornar para sua casa na Jamaica para passar seus últimos dias junto à família e amigos. Ele não conseguiu completar a viagem, tendo que ser internado em um hospital de Miami. A sua mãe segurava a sua mão aos prantos enquanto Bob a consolava pedindo que secasse as lágrimas dizendo: "Mãezinha não chores. Vou à frente para preparar um lugar." Faleceu pouco antes do meio-dia de 11 de maio de 1981. Menos de 40 horas depois de deixar a Alemanha.A música, a mensagem e a lenda de Bob Marley ganharam mais e mais força desde a sua morte. Também lhe deu um status mítico, similar ao de Elvis Presley e John Lennon. Marley é enormemente popular e bastante conhecido ao redor do mundo inteiro. É considerado o rei do Reggae e é visto como uma das maiores vozes do povo pobre e oprimido, e um dos maiores defensores da paz, da liberdade e da igualdade social e de direitos. Após a sua morte, a data do seu aniversário, o dia 6 de fevereiro, foi decretado feriado nacional na Jamaica.
Bob Marley era adepto do movimento político-religioso rastafari, que proclama Haile Selassie (imperador da Etiópia falecido em 1975) como a representação divina na Terra e que defende o retorno do homem negro pelo mundo para a África. Bob Marley, altamente influenciado pela filosofia rastafari, expressava espiritualidade e defendia a liberdade, paz, igualdade social e de direitos, o amor universal e a irmandade para toda humanidade nas suas músicas, fazendo com que o movimento rastafari fosse conhecido pelo mundo inteiro. Mortimer Planno foi um ancião rasta que deu-lhe ensinamentos sobre o movimento.
Cquote1.svg Se todos nos unirmos e dermos as mãos, quem sacará as armas? - Eu só tenho uma ambição: que a humanidade viva unida. Negros, brancos, orientais, todos juntos. - Eu não estou do lado dos negros nem dos brancos. Eu estou do lado de Deus, quem me fez vir do homem branco e do negro. Cquote2.svg
Bob Marley
Marley era um grande defensor da planta Cannabis, usada por ele no sentido da comunhão. Na capa de Catch a Fire, inclusive, ele é visto a fumar uma "ganza", e o uso espiritual de cannabis, característico do movimento rastafari, é mencionado em muitas das suas músicas. No movimento rasta, os dreadlocks representam a força espiritual, as raízes (assemelham-se, literalmente, a raízes) que une o homem à Mãe África.
Em janeiro de 2005 foi divulgado que Rita Marley estava a planear exumar os restos de Bob Marley e enterrá-los em Shashamane, Etiópia. Ao anunciar sua decisão, Rita afirmou que "toda a vida do Bob foi centrada em África, não na Jamaica". Os jamaicanos foram amplamente contra a proposta, e a comemoração do aniversário de Bob em 6 de fevereiro de 2005 foi celebrada em Shashamane pela primeira vez, pois, antes todas as outras haviam sido realizadas na Jamaica.

FONTE: WIKIPEDIA