De origem iorubá, a palavra afoxé poderia ser traduzida como "a fala
que faz". Para alguns pesquisadores seria uma forma diversa do maracatu.
O termo Afoxé da África denota a festa profano-religiosa efetuada pela
nação no momento oportuno, a qual é manifestada através do ritmo Ijexá. A
expressão afoxé teve uso restrito, apenas entre os seus participantes,
já que os autores dedicados ao estudo do maracatu não a registram.
Três instrumentos básicos fazem parte desta grande manifestação. O
afoxé (ou agbê), cabaça coberta por uma rede formada de sementes ou
contas, é percutido agitando-se a rede, que fricciona no corpo da
cabaça. Os atabaques, basicamente de três tipos, com três tamanhos
diferentes que em conjunto traduzem o som do ijexá, tocado no afoxé
atualmente. O agogô, formado por duas campânulas de metal, com
sonoridades diferentes, é quem dita o ritmo aos demais instrumentos.
As melodias entoadas nos cortejos dos afoxés são praticamente as
mesmas cantigas ou orôs entoados nos terreiros afro-brasileiros que
seguem a linha jexá. O Afoxé, longe de ser, como muita gente imagina,
apenas um bloco carnavalesco, tem profunda vinculação com as
manifestações religiosas dos terreiros de candomblé. Vem daí o fato de
chamar-se o afoxé, muitas vezes, de "Candomblé de rua".
Inclusive por homenagear um orixá, geralmente, o orixá da casa de
candomblé a que pertence. Em Pernambuco, o afoxé ressurge com o
Movimento Negro Unificado no final da década de 70, como uma das formas
de se fazer chegar à maioria da população, o debate sobre consciência
negra e liberdade, através da música. O ijexá se tornou popular, no
Brasil, principalmente pela atuação do grupo baiano Filhos de Gandhi.
Cantores renomados, como Gilberto Gil, Virgínia Rodrigues, Maria
Bethânia e Caetano Veloso, também interpretam músicas no ritmo ijexá,
contribuindo para a difusão do ritmo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Afox%C3%A9_%28ritmo%29
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